25 setembro 2006

As missões...

Do Jornal Zero Hora sobre casos do serviço de inteligência do PT....

1992
Missão: derrubar Collor
Agente: José Dirceu
Petistas ilustres ajudaram a municiar a imprensa com dicas sobre corrupção no governo Fernando Collor. Parte dos dossiês originou a CPI de PC Farias, tesoureiro de campanha de Collor. Ele acabou condenado por sonegação de impostos, e Collor sofreu impeachment. Entre os que abasteceram a mídia com denúncias, estava um grupo de assessores ligado ao deputado federal José Dirceu (PT-SP).

1993
Missão: derrubar os Anões do Orçamento
Agente: Waldomiro Diniz
O serviço de inteligência do PT convenceu o ex-diretor do Senado José Carlos Alves dos Santos a dar entrevista mencionando os nomes dos parlamentares que cobravam propina das empreiteiras para apresentar emendas destinando recursos a grandes obras. Como os parlamentares eram quase todos de baixa estatura, a investigação levou o apelido de CPI dos Anões do Orçamento (na foto acima, a leitura do relatório da CPI). Foi sugerida a cassação de 18 deputados. Destes, seis foram condenados e perderam o mandato, entre eles Ibsen Pinheiro, posteriormente inocentado nos processos criminais. O principal assessor do PT a municiar a mídia foi Waldomiro Diniz.

1998
Missão: examinar o Dossiê Cayman
Agente: José Dirceu
Apesar de estar em disputa com o PSDB, o serviço de inteligência do PT ajudou a desarmar uma bomba contra os tucanos. Alertou o candidato Lula de que eram falsos os papéis do Dossiê Cayman e não deveriam ser usados na campanha daquele ano. O dossiê atestava a existência de uma empresa criada em nome de integrantes do PSDB em paraísos fiscais, para envio ilegal de dinheiro. Entre os donos fictícios da empresa estariam o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso e o então ministro da Saúde, José Serra. Perícias mostraram a falsidade dos documentos.

2002
Missão: afastar suspeitas em Santo André
Agentes: José Dirceu e Gilberto Carvalho
O prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), foi seqüestrado, torturado e assassinado. As investigações apontaram para um esquema de cobrança de propina supostamente montado por ele para beneficiar o partido. Petistas que trabalhavam com ele, suspeitos do homicídio, foram grampeados pela Polícia Federal. Sob o comando de José Dirceu e Gilberto Carvalho (ex-secretário do prefeito Celso Daniel e atual chefe de gabinete de Lula), o serviço acionou procuradores para impedir que os conteúdos dos grampos vazassem para a mídia. A Justiça invalidou os grampos.

2002
Missão: neutralizar Garotinho
Agente: Oswaldo Bargas
A mando de Oswaldo Bargas (que era da campanha de Lula à reeleição, até o estouro do Dossiê Cuiabá), emissários do PT procuraram o candidato a vice-presidente pelo PSB, Paulo Costa Leite, e tentaram convenê-lo a abandonar a chapa encabeçada pelo governador fluminense Anthony Garotinho, ameaça em potencial à candidatura de Lula. Costa Leite renunciou porque, entre as informações que vazaram sobre ele na campanha, estava a de que integrara o Serviço Nacional de Informações (SNI), órgão de espionagem do regime militar.

2002
Missão: neutralizar Ciro
Agente: Wagner Cinchetto
Wagner Cinchetto, um dos integrantes do serviço de inteligência do PT, vazou para a imprensa documentos que apontavam a compra superfaturada de uma fazenda e desvio de dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) por parte de Paulo Pereira da Silva, candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PPS). O dossiê ajudou a naufragar a candidatura de Paulinho e Ciro.

2002
Missão: neutralizar José Serra
Agente: Wagner Cinchetto
Wagner Cinchetto e o serviço do PT conseguem, com funcionários do Banco do Brasil, documentos sobre supostas irregularidades num empréstimo feito por um parente de José Serra. A papelada resultou numa ação civil pública do Ministério Público contra o responsável pelo empréstimo, Ricardo Sérgio de Oliveira, também caixa de campanha dos tucanos. A mídia foi avisada. Serra, que já estava atrás nas pesquisas, perdeu a eleição para Lula.

2006
Missão: neutralizar os tucanos
Agentes: Jorge Lorenzetti e Oswaldo Bargas
Chefe do serviço de inteligência da campanha de Lula à reeleição, Jorge Lorenzetti foi o principal articulador da negociação do Dossiê Cuiabá, que tinha informação supostamente comprometedoras para candidatos do PSDB à Presidência e ao governo de São Paulo. Bargas, também da cúpula da campanha, ofereceu o dossiê à revista Época, em uma reunião reservada da qual participou Lorenzetti.

Um comentário:

Saramar disse...

Soube, isso é assustador porque essa história do dossiê está tão estranha!
Se elles têm esse know-how todo por que cometeriam esses erros primários agora?
Sempre achei que tudo o que envolve o Dirceu tem jeito de provocação. Sei lá, pode dizer que sou neurótica, mas isso nunca me sai da mente.

beijos e boa noite.