19 junho 2006

O que acontece?

- Soube?
- Do quê?
- Lula e sua turma se defendem afirmando que tudo de negativo que dizem deles provém do jogo político da oposição e da mídia...
- É!
- A oposição diz que o povo é mal informado, não sabe a extensão dos danos e não conhece Geraldo...
- É!
- Os escritores da mídia, do alto de sua arrogância, se escabelam contra os políticos, publicando uma enxurrada de denúncias e fofocas que resultam em pouca eficiência e acusam a situação, a oposição e as instituições de incompetência...
- É!
- Todos estão convictos de que houve um grave desvio ético e moral durante o governo Lula...
- Parece...
- Eu me pergunto: por que a sociedade não é atingida com essa informação?
- É!
- A informação não é passada de acordo?
- É!
- A mídia tem realmente essa penetração que faz supor?
- É!
- Ou a mídia vai partir para o mais fácil, que é acusar a sociedade de não saber ou não querer entender?
- É!
- Quais são realmente os valores que interessam?
- É!
- Os valores da mídia informativa são os mesmos desejados pela sociedade?
- É!
- Será que a mídia não deve ser repensada, junto com as instituições, para haver um novo começo?
- Huuummm...
- Carlos Heitor Cony têm razão, ao dizer ontem na Folha de São Paulo, que a mídia foi derrotada?

A mídia derrotada – Carlos Heitor Cony

RIO DE JANEIRO - A pesquisa mais recente, divulgada na última semana, tem sido interpretada de diversos modos e intenções. O crescimento da popularidade de Lula e da aceitação de seu governo não deixa de provocar um exame de consciência nos profissionais da mídia, alguns deles acreditando que a imprensa, em geral, é o quarto poder.

Um poder que nada pode além de fazer muita marola, que nem sempre chega a molhar os rochedos da corrupção e da bagunça administrativa a que infelizmente estamos habituados. Por meses - quase um ano, não tenho certeza-, a mídia escancarou as mazelas do governo em diferentes setores, todos elas revelando que, de alguma forma ou de todas as formas, o presidente sabia dos esquemas em que seus auxiliares e amigos mais chegados chafurdavam.E dele não partiu outra atitude se não a de aceitar a carta de demissão que os envolvidos lhe mandavam e que tinham como resposta uma declaração de afeto e confiança. Um deles, depois de tudo o que houve, foi chamado de irmão.

Na realidade, Lula deitou e rolou para as CPIs que foram instauradas e em que foi acusado de cumplicidade com a corrupção. Na hora H, seu nome foi poupado dos relatórios finais, mas não da cobertura que a mídia lhe dedicou. E, se não deu bola para CPIs, muito menos bola deu para editoriais, articulistas, cronistas, colunistas e todos os que ocuparam os vários veículos de comunicação do país e do exterior.

Seria o caso, repito, de um exame de consciência, de uma reavaliação dos meios e da própria função do tal quarto poder, poder que não atinge o povo. A alegação de que o povo não lê jornais nem revistas não procede. O povão vê televisão, ouve rádio. E continua acreditando em Lula e abençoando-o com seu voto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lógico soube!
Eu e meu marido, já no ano passado quando começaram a aperecer escândalos, chegamos na conclusão seguinte:
A Globo, tem poder de fazer acontecer...è assistida pela grande "massa". A Globo elêge quer quer e derruba também!
Espero que façam isso, acima de qualquer interese, para o bem do Brasil, da democracia...e que a livre imprensa não fique nas mãos "destes" que estão aí.