Mais um daqueles momentos...

Só que já não estou mais com a sensação de estar “pagando mico”...
Normalmente não me lembro dos sonhos. Não sei explicar o motivo, é uma coisa que me acompanha há tempos. Na noite do dia 28 de agosto, segunda-feira passada, tive um sonho, ou me lembrei de um.

Estava num hospital. No meio de um monte de seres humanos disformes, sem pele. Alguns nem pareciam humanos, tal a deformidade, mas eram. As carnes estavam expostas, alguns com pedaços faltando. Outros, nem aparência de humano tinham, apenas eram pedaços de carnes vivas espalhadas.
Sentia que sofriam bastante, mas ao mesmo tempo me assustavam, me apavoravam. Quando oferecia ajuda, urravam, partindo para cima de mim maldosamente. Eu angustiava pela repelência que me causavam, mas ao mesmo tempo existia um sentimento de compaixão e misericórdia. Pareciam precisar de ajuda. E isso me angustiava ainda mais.
Foi nesse momento que minha esposa me acordou, pois estava gemendo e tremendo na cama. Levantei, fui ao banheiro, fui à cozinha, tomei água, mas a tremedeira e nem a angústia passavam.
Voltei para a cama, comecei a rezar, não para mim, mas para que aqueles seres humanos encontrassem a paz.... fui acalmando aos poucos e adormeci rezando...

Na seqüência tive outro sonho de que me lembro.
Estava em luta com outro ser. Esse não era humano, mas aparentava ser. Tinha pele e uma aparência confusa. Algumas vezes monstruosa, outras parecia normal. Ele se confundia com o ambiente, numa espécie de invisibilidade ou mimetismo, portanto muitas vezes eu não o enxergava, mas sentia a sua presença. O ser não necessitava de ajuda, era sem sentimentos e sem emoções. Em alguns momentos ele parecia amigo, em outros ameaçador. Eu não tinha medo e nem angústia. Apenas um sentimento de desconfiança.
Esse ser ficava sempre em volta de mim, parecendo esperar o momento certo...
Havia sempre esse sentimento de que devia desconfiar dele.
Em alguns momentos nos aproximávamos, parecia amigo, em outros lutávamos. Assim foi por um bom tempo...
Até que entramos em uma Igreja destruída, abandonada... Aí ele se manifestou de maneira aterrorizante, tentando matar-me. Lutamos bravamente, eu sempre acuado e sem coragem para atacá-lo de maneira injusta. Assim continuou...
Ele sempre levava vantagem e eu caí, parecia o fim, mas num instante de força, derrubei-o. Nisto, vi ao meu lado uma picareta, não tive dúvidas e nem compaixão, o sentimento foi de segurança necessária para com toda a força atingi-lo no meio da testa, furando seu crânio. E na seqüência, com a outra ponta da picareta desferi outro golpe, atingindo o coração, este mortal, jorrando um sangue vermelho...

Acordei me lembrando desses sonhos... o que não é uma coisa normal, pois há muito tempo não recordo de sonhos... Depois disso continuei a não me lembrar.
Ah, levantei com uma forte sensação de deixar os seres humanos disformes, da primeira parte do sonho, sossegados, e apenas orar para que encontrem a Paz... Sou muito compassivo, mas fiquei com o sentimento de ter feito a coisa certa ao destruir aquele outro ser mimetista...
Acordei também com a sensação de publicar esse sonho... o que estou fazendo hoje...
Não sei o por quê, mas a data de 28 de agosto também é importante...