Entrevista de José Dirceu - Parte 18
Extraída do site http://www.lula.org.br/ – já tirado do ar.
12/09 • 07:29
(Transcrição sem revisão)
André Singer - Deputado, uma pergunta de Graziele Hauber(?), do “Diário da Manhã”, Ponta Grossa, Paraná: “Os órgãos internacionais estão propondo que empresas financiem e privatizem as universidades públicas. Qual a proposta do partido para garantir o ensino superior gratuito?
José Dirceu - Bem, não existe nenhuma hipótese de um governo do Lula aceitar qualquer proposta com relação à privatização da universidades do Brasil, até porque essa conversa fiada de universidade privada é pra boi dormir, porque eu quero ver como é que você mantém uma universidade com os alunos pagando a mensalidade, numa universidade que faz pesquisa científica ou técnica na área de física nuclear, na área da medicina. Nós vamos dividir o custo da faculdade pelos alunos? Não existe em nenhum lugar do mundo isso! As universidades são sustentadas por fundações, nos países aonde ela é privada, como nos Estados Unidos, e por recursos do governo municipal, estadual e federal. As anuidades contribuem por 25%, 30% no máximo, do orçamento de uma universidade. Então há muita balela, também, muita ignorância, muita má fé, muita desinformação nessa área.
Se tem problemas que uma parcela da população que estuda nas universidades, tem alta renda, numa universidade pública, resolva-se isso pelo imposto de renda. Pra isso que nós temos imposto de renda, ora! Quem tem alta renda, você pode fazer com que ele contribua mais com quem tem baixa renda, principalmente se ele vai à universidade pública, é só aprovar na legislação tributária do país uma mudança. O que a universidade brasileira precisa na verdade, é se reestruturar, se modernizar, se atualizar, e o poder público precisa investir mais em ciência e tecnologia, e precisa aumentar a dotação para a área da educação.
Nada justifica a privatização da universidade brasileira, e nós temos um compromisso nesse sentido, histórico, do PT. No meu caso maior ainda, porque comecei a minha vida política lutando pela universidade pública na década de 60.
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