Entrevista de José Dirceu - Parte 20
Extraída do site www.lula.org.br – já tirado do ar.
12/09 • 07:29
(Transcrição sem revisão)
André Singer - Deputado, eu acho que nós estamos chegando ao fim, eu vou encerrar com uma pergunta que tem a ver com o assunto do dia, que vem por sinal do jornal “O Dia”, a Érica Rossler(?), do jornal “O Dia”, do Rio de Janeiro, pergunta o seguinte: “O Rio de Janeiro tem sido uma das prioridades da campanha neste mês de setembro, muda alguma coisa depois da rebelião?”
José Dirceu - Não, não muda, eu não acredito que a rebelião seja uma questão eleitoral. Eu quero, sinceramente, repetir isso. Não é crível, não é razoável que se utilize esse fato gravíssimo para a disputa política eleitoral. Primeiro porque a responsabilidade do Governador Garotinho é evidente, ele não pode simplesmente se isentar da responsabilidade.
Segundo, o governo federal também. E nossa, é evidente que nós temos responsabilidade, e assumimos. A Governadora Benedita assumiu o comando, a direção das operações, dialogou com o Presidente da República, autorizou a ocupação do presídio, do complexo Bangu – 1, não foi necessário porque, sem ceder às exigências dos criminosos, eles libertaram os reféns, e nós conseguimos chegar a um bom termo.
Agora, isso não resolveu o problema, e a Governadora tem consciência disso. Eu conversei com ela duas vezes hoje, ela está reunida com o Secretário de Segurança, tomará uma série de decisões com relação ao complexo de Bangu, com relação ao DESIP, com relação à segurança no Rio. Eu conversei ontem com o Presidente da República, o governo federal também vai tomar uma série de decisões em comum com o governo do Rio de Janeiro, é necessário que sejam tomadas essas medidas. E o poder Judiciário também vai ter que tomar uma série de decisões. As medidas, evidentemente, serão anunciadas pela Governadora Benedita, o que vai mudar é na política de segurança pública, porque isso atingiu um grau que eu defendo, já disse aqui, uma mudança, um tratamento de choque.
Agora, quem vai decidir isso é a Governadora, é o governo federal, evidentemente não é o PT como partido, e muito menos eu, como presidente do partido. Do ponto de vista da eleição no Rio de Janeiro, o Lula estará no Rio amanhã, fará um comício em Caxias, irá dialogar com a Escola Superior de Guerra e com os clubes militares, com as Forças Armadas, no sentido de discutir o papel delas, constitucional, e a sua modernização, e a sua função em defesa da soberania nacional, do nosso território, e o seu papel – quando assim a Constituição determinar – em outras atividades no país, principalmente a manutenção da profissionalização das Forças Armadas e seu papel constitucional, que nós vamos reafirmar que foi uma grande conquista democrática da Constituição de 88.
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