24 janeiro 2006

Entrevista José Dirceu - Parte 19

Entrevista de José Dirceu - Parte 19
Extraída do site www.lula.org.br – já tirado do ar.

12/09/02 • 07:29

(Transcrição sem revisão)

André Singer - Deputado, muitas das perguntas que estão chegando, o senhor já respondeu, de modo que eu estou selecionando as que trazem assuntos novos para a entrevista, e eu creio também que nós estamos perto do nosso tempo de encerramento. O Luiggi de Vaio(?), da tribuna de Santos, propõe um tema que não foi ainda abordado, que é o seguinte: a regionalização do porto é uma das preocupações da Baixada Santista. Como o tema vem sendo pensado pela coordenadoria da campanha?

José Dirceu - Bem, a prefeita Telma de Souza, nossa deputada federal, sempre trabalhou essa questão e sempre propôs - à similitude, à semelhança de portos que existem na Europa - uma reestruturação do porto de Santos, que é o maior porto do país e um dos maiores da América Latina. As propostas que têm surgido nem sempre contribuem para essa solução.
Nós vivemos um impasse, os portos não são nem privados nem públicos, e acaba ficando para a iniciativa privada as áreas mais lucrativas, e para o poder público as áreas deficitárias, o que aconteceu aliás em outros setores na hora da privatização: estradas, ferrovias, e um pouco agora no setor elétrico, está assim também. Então eu acredito que nós precisamos reunir em torno de uma mesa, essa é uma questão muito importante, viu Luiggi, essa é uma questão que você sabe que é muito importante para o país, não só pra Santos e pra Baixada, ainda que seja aí determinante.
Se nós não modernizarmos, reduzirmos os custos dos nossos portos, nós não teremos um aumento das exportações. Nós temos que resolver, inclusive, o problema da aduanas também. Nós temos aduanas que estão atrasadas do ponto de vista tecnológico, do ponto de vista da eficiência, da rapidez, e de fiscalização, de controle do contrabando, que é assustador no Brasil hoje, fora a corrupção. Então nós precisamos de uma remodelagem do sistema portuário brasileiro, que tem que conviver com a iniciativa privada, porque a idéia de nós termos um sistema portuário público no mundo de hoje, com as necessidades que o Brasil tem de investimento no sistema de infraestrutura – setor energético, de telecomunicações, de transportes e portuário – é muito grande. Mas evidentemente que a regionalização do porto, como está sendo proposta, não é uma solução, não é uma alternativa.

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