07 janeiro 2006

Entrevista José Dirceu - Parte 3

- Soube?
- Do quê?
- Segue a continuação da mini-série JD...
- É!
- O grifado é destaque nosso.
- É!

Entrevista de José Dirceu - Parte 3
Extraída do site www.lula.org.br – já tirado do ar.

12/09/02 • 07:29

(Transcrição sem revisão)

André Singer – Deputado, a segunda pergunta eu vou pedir ao senhor transmitir, pedidos da nossa equipe pro senhor falar mais devagar em função do delay que existe na transmissão.

José Dirceu – Mais mineiro, então?

André Singer – Isso. É a pergunta do Rodolfo Lago, do Correio Braziliense, em Brasília. Ontem, a governadora do Rio Benedita da Silva teve novamente de lidar com o problema grave da segurança pública em seu Estado, em conseqüência da rebelião de presos em Bangu 1. De acordo com as pesquisas, a violência urbana é apontada pelos eleitores como um dos mais graves problemas nacionais. Os adversários de Lula, na corrida eleitoral, começam, agora, a elegê-lo como alvo preferencial e buscam motivos para poder atacá-lo. Em que medida a questão da segurança do Rio preocupa o comando da campanha petista? Em que medida pode prejudicar a
campanha de Lula?

José Dirceu – A questão da segurança pública no Rio e no Brasil preocupa o PT, a direção da campanha do Lula, não como um problema eleitoral, mas como um dos mais graves problemas do país. Acredito que a governadora Benedita conduziu, dirigiu e comandou a ação das polícias e da Secretaria da Justiça e da Secretaria da Segurança em comum acordo com o senhor presidente da República, com o senhor ministro da Justiça para atingir dois objetivos: preservar a vida dos reféns e, o segundo, não ceder às exigências dos criminosos. E conseguiu atingir os objetivos. Bravata e retórica, nessas horas, não resolvem, e nem fugir à responsabilidade.
É bom lembrar o país que em abril de 2002 a governadora deixou clara a sua oposição à transferência de Fernandinho Beira-Mar para o sistema penitenciário estadual do Estado do Rio de Janeiro. Por outro lado, é evidente que a governadora anunciará medidas com relação tanto ao sistema penitenciário como com relação a esses condenados de alta periculosidade, que comandam e dirigem o crime organizado no Rio de Janeiro e no Brasil. E, também, ela adotará medidas com relação à segurança pública no Rio de Janeiro.
Eu sou de opinião, já é uma opinião minha, que o crime organizado, ele está já de posse de um poder paralelo no Brasil, né? Um problema federal, da União. Que é preciso que o próximo presidente da República convoque para si essa questão. O Brasil precisa adotar uma série de medidas para o crime organizado, narcotráfico, a lavagem de dinheiro, contrabandos, que vão exigir do próximo governo medidas comuns com os governos estaduais, porque são deles as atribuições constitucionais de segurança pública. É grave a situação e nós não devemos esconder que essa situação é grave para que as medidas sejam apoiadas pela sociedade.
E o poder judiciário, certo? tem que acordar. Nós temos que, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário têm que adotar medidas urgentes, também, para enfrentar o crime organizado e o narcotráfico.

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